papo de ônibus

Quando a bateria do seu i-pod acaba no meio da viagem de ônibus é certeza que a viagem será um saco. Tudo deu errado. O trânsito estava de lascar, não tinha nenhum livro na bolsa, pois carregava umas encomendas para as amigas... Sem a menor concentração para meditar ou apreciar a linda Presidente Vargas pela janela límpida do Mercedão...
Acabei escutando o papo de duas mulheres de meia idade. É lógico que elas conversavam alto o suficiente para ter as participações especiais do motorista, do cobrador e dos outros passageiros. Meu Deus! Dá para entender porque programas como o BBB fazem tanto sucesso.
Enfim... uma das mulheres reclamava muito da sogra. Sogra é um elemento estranho mesmo na vida de um casal. Tive tanta sogra urubuzenta que durante um período criei um bordão (Homem bom é homem órfão!). A minha última sogra que essa altura já virou ex acabou gerando uma mudança de paradigma.
Fiquei na dúvida se a tal sogra era víbora mesmo ou a mulher chatolina que era... Apostei na segunda.
Ahã! Tava certa!
O grande problema das duas eram as declarações constantes da sogra que o casal não deveria pensar em filhos. Ela estaria certa? Siiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiim.
A mulher era mãe solteira. Sua filha já tinha 14 anos e o namorado novo cuidava dela com o zelo de um pai. Eles não moram juntos. A louca mora numa favela no Cajú e ele mora pertinho... Nilópolis. Como nós sabemos algumas mulheres nascem com a missão de povoar o mundo. E ela instintivamente sentia essa missão. Na verdade seu corpo gritava por um novo filho (palavras da dita cuja).
Como resolver isso? Botando mais uma criança no mundo. So easy!
O namorado não estava muito convicto, pois já se sentia realizado cuidando da enteada.
Qual foi o conselho da amiga que até então ouvia toda a história caladinha? Tenha um filho. Gente! Por que pensar em problemas se o mundo é cheio de soluções?
Agora pergunta para as duas se o sentimento materno poderia ser usado para ajudar a criar as criancinhas abandonadas da comunidade? Não, né? Filho tem que sair de dentro. Cada um que cuide dos seus e a sogra chata que cuide dos nossos. Que lógica encantadora!
Dá uma vontade de ser feliz pensando o quanto o mundo está povoado por pessoas prudentes e sensatas. Acho lindo!
E ainda tá Sol lá fora. Delícia!

Como um amigo meu sempre fala... as pessoas tinham que ter um brevê para ter filhos. Tem que fazer cursinho, estágio em abrigos, cuidar dos filhos dos vizinhos, aprender a fazer uma boa planilha de gastos...

Sinceramente!

Acabei de botar meu i-pod para carregar...

1 comentários:

Atitude: substantivo feminino. disse...

Essas pessoas prudentes e sensatas são as que votam e escolhem os nossos governantes. Juntas somam a maioria dos votos.